Wednesday, December 30, 2009


Era uma vez um rei que administrava seu reino com extremo zelo e que para tanto contava com bons conselheiros e até mesmo com um sábio em sua corte, além de fiéis cavaleiros bem preparados para um combate inesperado.


Numa manhã o rei recebeu de presente de um visitante nobre um belo rubi e mandou chamar o joalheiro da corte para pedir a este que criasse um anel, que seria o seu anel da sorte, pois assim o aconselhara o visitante que lhe presenteara a pedra.O rei pediu ao joalheiro que criasse um pequeno compartimento no anel que deveria estar exatamente debaixo do rubi, onde um pequeno pedaço de papel pudesse ser armazenado.


Como o compartimento era muito pequeno, qualquer coisa que se escrevesse naquele pequeno pedaço de papel não poderia ultrapassar quatro palavras.Quando o anel ficou pronto o rei mandou chamar o sábio e lhe explicou sobre o anel. O rei então pediu ao sábio que lhe escrevesse as quatro palavras que lhe pudessem ser úteis num momento de extrema necessidade ou desespero.O sábio assentiu e pensou por um instante.


Chovia há dias e o sábio disse ao rei que assim que a chuva passasse ele entregaria ao rei as quatro palavras já escritas no pequeno papel tendo-o colocado no compartimento do anel da sorte do rei.Dito isto, o rei concordou e entregou o anel ao sábio.Passados dois dias e também as chuvas que irrompiam no reino há quase uma semana, o sábio devolveu o anel ao rei e disse:- Majestade: abra o compartimento do anel somente num momento de extrema necessidade.


O rei concordou e colocou o anel no dedo. Passadas algumas semanas, o reino foi invadido por bárbaros e estes queriam a cabeça do rei para poderem tomar posse do reino. O rei percebeu que seu exército era muito mais fraco que o do inimigo e que fôra pego de surpresa. Era a ele que eles queriam.


Não lhe restava outra alternativa senão fugir em seu cavalo. Sem alarde pediu a seu servo imediato que preparasse seu melhor cavalo e partiu sem rumo. Os bárbaros o perseguiam e o rei se sentia acuado e em desespero.O rei tinha decidido poupar seus soldados uma vez que o exército inimigo era duas vezes maior que o seu próprio exército e sabendo ele que era a sua cabeça que os bárbaros queriam, decidiu partir só para poupar vidas e afastar a atenção dos bárbaros para uma região vizinha a do seu reinado.Foi então que o rei lembrou-se do anel.


Abriu o compartimento e pegou o pequeno pedaço de papel onde estava escrito:- ‘Isso vai passar.’


O rei sentiu-se de alguma forma aliviado, enxergou logo adiante uma clareira, entrou nela, se escondeu, até que os bárbaros, já o tendo perdido de vista desistiram e partiram.Já seguro, o rei retornou ao povoado onde todos o aguardavam ansiosos, uma vez que não acreditavam que ele ainda pudesse estar vivo. Quando o viram retornar são e salvo, houve festa e exultação geral entre todos.


O rei sentia-se orgulhoso de si mesmo e em êxtase por estar vivo e por ter retornado ao seu reino que permanecera intacto.Neste momento, o rei recordou-se das palavras escritas no pequeno pedaço de papel contido no anel pelo sábio e o mandou chamar. Ele agradeceu o sábio pelas palavras escritas. O sábio pediu ao rei que lesse novamente o papel.


O rei questionou pois ele estava tão feliz, tão alegre, não havia motivo algum para desespero naquele momento e nenhuma vida tinha sido perdida na quase batalha. O rei estava orgulhoso de si mesmo e alegre.O sábio repete:- Majestade: lhe peço que leia novamente o pequeno papel.O rei olha com atenção ao semblante sério do sábio e abre o compartimento do anel e lê:- Isso também vai passar...


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Mais um ano que passou. Tanta coisa que aprendi. Algumas que ainda preciso desaprender. Preciso de mais desapego, atitude, harmonia, palavras, silêncios... preciso mais olhar para dentro e descobrir mais felicidade em mim que nos outros. Feliz 2010 para todos.


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Música para ouvir: Migalhas - Simone.


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Wednesday, December 09, 2009

[Bendito momento]

Benditas coisas que eu não sei
Os lugares que não fui
Os gostos que não provei
Meus verdes ainda não maduros
Os espaços que ainda procuro
Os amores que nunca encontrei
Benditas coisas que não sejam
Benditas

A vida é curta mas enquanto dura
Posso durante um minuto ou mais
Te beijar pra sempre o amor não mente
Não mente jamais
E desconhece o relógio o velho futuro
O tempo escorre num piscar de olhos
E dura muito além dos nossos sonhos mais puros
Bom é não saber o quanto a vida é dura
Ou se estarei aqui na primavera futura
Posso brincar de enternidade agora sem culpa nenhuma.

Zélia Duncan.
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Estava ouvindo 'Benditas' hoje e essa música combina muito com o meu momento. Algumas incertezas que trago sobre o futuro, as escolhas que tenho feito e onde isso tudo irá parar. A vida é dura e mesmo sabendo disso insisto em acreditar nos dias bons. Nos sonhos bons. Nas atitudes das pessoas. Mas tenho medo. Medo da queda ser grande. Medo de não voltar a sentir certas sensações. Medo de perder minha essência mais uma vez em prol de alguém que talvez nem queira guardar um pouco da minha essência porque cada um tem seu gosto e cada gosto é próprio e intransferível. Por isso hoje acredito nos lugares que ainda não fui, nos meus verdes ainda não maduros e só tenho duas certezas, os dois filhos que tenho e devo educar, uma mãe para me apoiar e alguns planos que preciso fazer independente do tempo, das pessoas, das coisas BENDITAS!!!

LL

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Música para ouvir: Benditas - Zélia Duncan
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