Wednesday, October 13, 2010

[Se acostumar...]






Eu sei, mas não devia, por Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
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Música para ouvir: Fugidinha - Michel Teló.
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Sunday, October 10, 2010

10.10.2010 - 33

Fonte: Coluna J. Oliveira - 10/10/2010

Chegou o dia 10! E hoje a data foi bem interessante! Estive com pessoas que amo, fui em lugares os quais desejava, vi o sol nascer e vi o sol fugir no horizonte e o mais importante estava ao lado de pessoas que realmente me amam... o resto vem depois que eu continuar semeando o bem...
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Cada novidade deve ser saboreada como um fino manjar. Cada alegria deve ser
perpetuada com fotos, filmagens e imagens. Cada sabor agradável deve ser delicadamente digerido, como se a vida fosse areia escorrendo pelos dedos das crianças. É tempo de cultivar a esperança. Por que ficar parado na dor à espera de um consolador? Por que não fazer a sua parte, distribuindo o amor? Por que não sair da “toca” e ver se o sol raiou? Por que não olhar para a noite e declamar uma poesia, ainda que a rima não apareça, ainda que se esqueça, deixar o coração falar sem barreiras, porque no fundo no fundo, tudo é passageiro, até o tempo de sofrer, que já não cabe mais. Chega então, de tantos ais! É tempo de aproveitar o tempo que lhe cabe, ser feliz com o que já tem, e se mais vier, que mal tem? O importante é ter sempre a certeza de que podemos muito, que juntos somos imbatíveis, que separados somos fracos, e isolados, não somos nada além da própria solidão, que aflige a alma e fere o coração. Reconheça-se como parte importante da vida e do tempo, e se a lágrima insistir em cair, enxugue-a depressa, há tanta vida lá fora, esperando a sua companhia.
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Música para ouvir: Sutilmente - Skank

Filme: Comer, rezar e amar. (Quero ver de novo.)
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Sunday, October 03, 2010

[Chegou outubro!]

É Outubro e decidi que meu 'luto' teria que passar. Porque esse é o meu tempo de renascer e preciso ser FELIZ. Mereço ser FELIZ. Portanto, que Deus me proteja e permaneça me dando a alegria de ter minha família unida e forças para enfrentar os desafios do caminho. FELICIDADE para todos.
LL


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Por que tanta pressa? Onde você vai assim nesse estado de quase descontrole? Tudo é urgente, tudo é para ontem, e a sua vida? E os seus desejos, estão todos satisfeitos? Você tem tempo para cuidar do seu coração? Tanto do coração que pulsa e precisa de oxigênio como do “coração amor”, que precisa de tempo para reconhecer em outro coração, a mesma pulsação, o mesmo dom de ser feliz… Acalme-se! Debaixo do sol continua havendo tempo para tudo, até para florir, quando a chuva insiste em cair, apesar de tantas reclamações dos eternos descontentes. Se faz calor, está muito quente, se faz frio, está doendo na alma, se chove então… Não há pressa maior que ser feliz! Nem pode haver maior urgência que a sua paz. É tempo de renovar as suas convicções, de administrar as dificuldades que nós mesmos criamos. Talvez, seja por isso que tantos correm demais, quando dizem que estão correndo pela vida, na verdade estão fugindo dela. Não se esconda da sua realidade. Não busque conforto ou realização em outra vida. A verdadeira paz, a felicidade plena está dentro de cada um. Só quando temos tempo para “perceber as nossas qualidades”, é que encontramos a nós mesmos, no brilho do olhar do reflexo no espelho, ainda que embaçado pelas amarguras, ainda assim, é você que se encontra com o seu melhor. A vida te dá um novo crédito todos os dias, aproveite para fazer um pequeno balanço, para ver os débitos que você ainda tem com alguém, e somando os créditos adquiridos, torne-se cada vez melhor. Você é mais do que importante, é imprescindível. Acredite no seu poder de mudar e ser feliz.
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Música para ouvir: Pra começar - Marina.
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