Thursday, June 29, 2006

Rubem Alves (one)

"Todos os dias atravessamos a mesma rua ou o mesmo jardim, todas as tardes nossos olhos batem no mesmo muro avermelhado feito de tijolos e tempo urbano. De repente, num dia qualquer, a rua dá para um outro mundo, o jardim acaba de nascer, o muro fadigado se cobre de signos. Nunca os tínhamos visto e agora ficamos espantados por eles serem assim: tanto e tão esmagadoramente reais. Não, isso que estamos vendo pela primeira vez, já havíamos visto antes. Em algum lugar, onde nunca estivemos, já estavam o muro, a rua, o jardim.
E a surpresa segue-se a nostalgia. Parece que recordamos e quereríamos voltar para lá, para esse lugar onde as coisas são sempre assim, banhadas por uma luz antiqüísssima e ao mesmo tempo acabada de nascer. Nós também somos de lá. Um sopro nos golpeia a fronte. Estamos encantados... adivinhamos que somos de um outro mundo". [Rubem Alves]
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Quando penso em rotina, nas vantagens e desvantagens lembro de imediato desse texto tão real. Tem horas que adoraria fugir dos alicerces e construir outras paredes. Tem horas que é preciso mais tijolos, cimento e calma para fortalecer. O bom disso tudo é estar viva e sentir o vento no rosto...
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"Todo o amor que criamos fica. Todas as lembranças ficam. Continuamos vivendo nos corações daqueles que tocamos e acalentamos enquanto estivemos aqu. A morte é o fim de uma vida, mas não do relacionamento. A morte é um outro começo não um fim."Acredito muito nisso.Espero que você "KINHA" também acredite.

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