Saturday, July 01, 2006

Devaneando



Alguém já leu: "Os devaneios do caminhante solitário" de Jean Jacques Rousseau? Não deixe de ler se estiver oportunidade. Foi o primeiro livro que li na faculdade a pedido de um professor, hoje um amigo que "vaga" pelo mundo, Gustavo de Castro.
Tem dias que um fato qualquer nos deixa triste, causa uma falta de expectativa, trás um intervalo no sentimento que existe, entristece a alma. Mas a alma e o coração em certos momentos precisam de tristeza para recompor valores, esperanças, vidas e sentimentos. É melhor ser triste e viver o instante que fingir alegria constante.
Eis aqui um pouco da oitava caminhada deste incessante pensador...

"Os diversos intervalos de meus curtos e felizes momentos não me deixaram quase nenhuma lembrança agradável da forma íntima e permanente com a qual me afetaram e, ao contrário, em todas as infelicidades de minha vida, sentia-me constantemente cheio de sentimentos ternos, tocantes, deliciosos, que, derramando um bálsamo salutar sobre as feridas do meu coração aflito, pareciam converter a sua dor em voluptuosidade e cuja a amável lembrança volta sozinha, libertada dos males que ao mesmo tempo experimentava. Parece-me que apreciei mais a doçura da existência, que realmente vivi mais, quando meus sentimentos, comprimidos, por assim dizer, ao redor do meu coração, pelo meu destino, não partiam para se evaporarem sobre todos os objetos estimados pelos homens, que em si mesmos o merecem tão pouco e que são a única ocupação das pessoas que julgamos felizes..."

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